sábado, 26 de novembro de 2011

Sem rumo


Sejamos sinceros apenas uma vez. Sinto fracasso. Tédio, lágrimas e preguiça. Fracasso por tantas vezes ter tentado acertar e só errado, ter prometido e dado amor e ter recebido os contrários. Tédio de amores mornos, paixões insanas, da vida contínua em seu ciclo medíocre de todo dia fazer o mesmo, ser o mesmo, viver o mesmo. Nada novo, tudo igual. Nem mesmo chorar alivia tanto assim. Preguiça de procurar o que nunca me encontra. Tudo é engano. Sejamos sinceras, eu olho pra seu rosto, mas eu não quero te ver. Eu falo com você, mas minhas palavras são frias, e meu sentimento tem se transformado em algo que não passeia nem pelo nobre caminho da amizade e cruza ainda que levianamente o doloroso rastro do amor. Não saber o que é me intriga. Tento entender, mas parece-me impossível. Não peço pra ter ódio, mas talvez não tenha-me amadurecido a ponto de conseguir controlar meu coração injusto e sem rumo. Tento novamente, e de novo, e não quer dar certo. Trilho por caminhos que não sei aonde vão me levar, teimo em manter abertas portas que já não não levam à lugar algum, e de quando em vez, reabrir umas cuja fechadura de tão velha chega a dissolver-se em minhas mãos. Perhaps exijo muito de quem não me pode dar nada, e finjo de mim ser o que não sou. Falta valor, egoísmo, quem sabe, deveria eu ser um pouco mais egoísta. Não sei se é para tentar, trocas injustas. Imperfeição, coração, controle-se ao menos uma vez. Sem rumo.

domingo, 20 de novembro de 2011

Pausa para reflexão


 Hoje eu conversei com ela. Aquela parte de mim que só eu conheço, tão sombria e a única para a qual eu me permito fazer coisas que em sã consciência e coração, jamais faria. Coisas de moral que um ser humano com um pouco de amor ao pròximo, principalmente ao próximo por quem é amado, seria capaz de fazer. Estava abafado, eu curtia o jato quente d'água do chuveiro sobre minha cabeça, interrompido minuciosamente pelos pingos gelados que insistiam em cair. Arrepio. Deja vú, talvez. Cenário de filme, eu e ela, a minha gêmea mãe de toda essa personalidade oculta e imoral que tenha-se coragem de mostrar. Minha personagem a quem concedo todos os desejos bizarros que a vida me impede de realizar. Conversamos pouco, mas o suficiente para me fazer entender que eu tenho pressa. E não deveria ter. Eu busco coisas difíceis em pessoas complicadas. Numa hora o ódio quase consome, no outro, o coração dispara feito doido e o corpo mal consegue se controlar, daí me pergunto o quê que é isso? Sensações respondem, coração não. Ô bicho mais confuso esse que acharam de colocar aqui do lado esquerdo do peito! É tudo culpa dele, e acho que por excelência, minha também. No trajeto de volta à minha cidade, fiz sexo mentalmente. Não me perguntem com quem, não vem ao caso. E logo em seguida, sofri um instante de depressão, talvez porque eu não deveria ter feito isso, talvez porque o meu desejo de que aconteça seja tão apressado quanto uma criança atrás de doce. E talvez porque eu sinta culpa, também não me pergunte porquê. Eu sou o ser (humano?) mais confuso desse planeta. Eu só sei que quando fecho os olhos, a qualquer hora do dia, me vem um par de olhos presentes, uma voz passada, e uma esperança meio boba. E saudade. E todos eles se misturam e não sei o que sentir. Sinto estar jogando, outras vezes, sinto-me como uma peça de um jogo que alguém está jogando. Às vezes sinto-me fora do tabuleiro, às vezes tudo, às vezes nada, ou só um pouquinho. De repente, algo que fode com a minha saúde, tanto física quanto emocional e sei exatamente o que é, mas jamais o porquê. Sentei e comecei a procurar músicas, versos ou algo que me tirasse essa angústia de saudade, dúvida e medo; até tentei chorar, mas não saiu nada. Olha lá o que vamos fazer com a vida de novo. Pode ser, pode ser que não. Ter ainda um coração não significa estar apto a amar de novo e quantas vezes quiser, mas significa alguma coisa. Se ele está aqui dentro e ainda bate, ainda mais acelerado quando ganho aquele abraço apertado e fico com calor, prevejo novidades.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Dedico: a um anjo.


 Olha só, quem foi que falou que tem que demorar uma década pra cicatrizar uma ferida que causaram na gente? É que tem corações que superam rápido demais, outros muito lentamente, e alguns não superam. Triste, mas cada um sabe muito bem a dor e a delícia de ser o que é, e de como viver, recompensa. Talvez nesses últimos dias eu tenha parado e percebido que há algo muito valioso perto de mim, que eu por não creditar respeito, deixava passar despercebido. Tô correndo pra ver se ainda dá tempo de cuidar do que quer ser meu, me cuidar, cuidar que é verdadeiro e certo. E bonito também... Não gosto muito dessa sensação de alguém passeando pelos meus pensamentos, e eu  bobeando aqui e ali,. viajando na fisionomia de certas pessoas, e talvez entregando o jogo mesmo antes de jogar. Talvez seja a hora de prestar atenção no nascimento de filhotes de passarinho num ninho perto daqui de casa, ou de parar e observar o desabrochar de uma linda borboleta, que porventura, ainda encontra-se em crisálida, ou talvez aquela flor não tão bonita em botão, mas madura como a rosa mais perfeita que Deus já criou. Sintomas, sintomas apressados, quem sabe no que isso vai dar. Algumas funções orgânicas gostam de me pregar preças, e eu como criança, estou sempre caindo e me levantando, e me apaixonando (ops!) de novo e de novo pela vida... e sendo feliz conforme me permito. Obrigado, M. Anjo meu <3