segunda-feira, 31 de outubro de 2011

No edifício do meu ser...

 
Então, de uns dias pra cá, tenho me deparado com umas estruturas rachadas no edifício do meu ser. Algumas completamente destruídas, demolidas, e umas fissuras que acho que dá para consertar. É, não vai ficar igual à antes, mas quem sabe, até mais resistente. Em tão pouco tempo, ter me dado conta de quantos erros cometi, tentando acertar, e não, isso não é desculpa para ter errado assim. Tenho me convencido de que a melhor coisa que pode ser feita é trancar esse coração e esconder... esquecer a chave num local onde um dia você ou outro alguém possa achar e vir aqui abrir de novo as emoções que agora foram feridas e encontram-se em estado de depuração. É que algumas portas ficam abertas por um tempo, outras fecham-se rapidamente. Tudo depende do processo de cicatrização. Só resta saber quando é que esse corte na alma vai fechar-se para dar lugar a uma linda cicatriz lembrada para sempre do hoje em diante. Sem mais.  

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Vá-se embora, mas volte!


A fumaça se esvai. Cada trago do cigarro que eu puxo para dentro dos pulmões, causa um batimento cardíaco acelerado; efeito contrário, o que não era para ser e acontece. O coração; não o órgão, apenas bate sem razão. Não sabia se o que doía mais era a dor da fome ou  da indecisão alheia, e a noite caía leve como um véu, antitecamente pesada como uma tempestade sobre seu ser. E aí que comecei meu pranto. Como conceber dentro de si que o amor (puro?), ingênuo, virgem que há cinco meses experimentara em sua plenitude, agora, sofrer uma mutação, transformando-se inocentemente num sentimento-coisa ainda sem definição? Olhou para o cigarro, para o teto e para dentro de si e suplicou a mágoa que fosse embora, mas ela insistia em ficar. Pior! Alimentava-se injustamente de sua fragilidade emocional, e crescia no peito como uma mancha negra num tecido branco, e isso a obliterava tão lenta e prazerosamente como a uma tortura de um jogo sádico que ali se iniciara em conflito dentro dela. Seu corpo era humano e precisava de sexo. Talvez, aquele prazer primeiro de que desfrutara quando o sentimento recíproco concebeu-se no ato pleno de amor, daquele gozo que experimentara quando permitiu-se a si explorar o novo mais uma vez, aquele caminho virgem que decidira trilhar sem medos agora tornava-se tão distante quanto um sonho desolado. Era doloroso ter que admitir que o presente que pedira com tanto sacrifício aos deuses agora tivesse que passar para outras mãos, ou simplesmente, ter que ser condenado a permanecer num passado que não queria se conformar presente em sua vida. Queria chorar mas não tinha lágrimas nos olhos, talvez seu coração estivesse começando a se acostumar à dor, a dor que tantas vezes a visitara e parecia querer tornar-se amiga. Nem mesmo no prazer da solidão orgásmica conseguia excitar-se, pois lhe vinha à mente a imagem de quem, só por um olhar já lhe causava certos incômodos de orgasmo. Ela tossia, sabia que cada cigarro que fumava diminuiria-lhe um segundo da vida, mas o que isso importava, quando era o seu sentido da vida que estava indo embora, quem sabe, para nunca mais voltar?

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Pudera eu viver sem coração


Hoje caiu uma gota de lágrima no meu teclado. Mas há tempos que venho chorando lágrimas que nem importam (se é que um dia importaram) mais pra quem um dia prometeu trazer felicidade aos dias da minha existência. Tudo que eu fiz, embora torto e por vezes inconsequente, foi pensando em como provocar um sorriso teu, uma lágrima talvez, mas de alegria. Está difícil escrever, a respiração ofega e o coração dói, mas eu preciso dizer isso em palavras, pois há quem veja pelo olhar que tenho me tornado obscura, vazia e triste. Seja quais forem os seus motivos, e se importa pra você o que sinto, saiba que me magoou como nunca ninguém havia conseguido outrora, essa dor que hoje me consome da desimportância, do descaso e principalmente, da frieza realmente está se tornando insuportável, mas sei que vou superar. Vivo morrendo dia após dia, e ressuscitando. Deus me concede esse dom, apesar de todas as adversidades. E se quer saber, não, eu não vou te perdoar por isso, a ferida acabou de ser aberta e estão jogando sal em cima, para se divertirem às custas de meus gritos de dor e agonia, e mais que isso, eu também não vou me perdoar por ter-me permitido ludibriar pela insanidade da sua curiosidade, e da minha ingenuidade em querer colar um coração já quebrado, que agora está estilhaçando-se novamente, em tantos pedaços que vai ser muito difícil consertar. Ser adulto não adianta nada nessas horas, pois eu, com toda a minha maturidade, pude me deixar levar pelos seus olhos pedintes de criança querendo brincar, e eu te permiti. Eu te dei o brinquedo e você brincou até cansar, agora, vai achar um brinquedo novo por aí, enquanto eu, em vão, tento colar o que sobrou, quem sabe para satisfazer a sede de uma próxima criança com olhos de enganação, tais quais os seus.   

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Estado Civil: Em banho-maria


Última chamada. Talvez ainda leia, talvez nem ligue mais. Tudo o que nos foi permitido iniciou-se, mas não se sabe se quer continuar. Vai saber, né!? São muitas coisas que acontecem, e poucas que são faladas. Isso dificulta as coisas até certo ponto, o ponto é: até que ponto? Até que ponto há a capacidade para fazer-se relevar pequenos e grandes erros, desculpar deslizes e perdoar uma possível traição? Olhando bem ao fundo, tentando conhecer a si própria, arrisco-me a dizer que... só depende do tanto de amor próprio. Olha, não entrei nessa pra ter estampada na cara o rótulo de 'otária', como venho me sentindo ultimamente... Pouco me importa (e aproveite que AINDA importa!) de que maneira venha a externar os conflitos internos dentro de você, da sua porra de vidinha mais ou menos, que parece não querer partilhar comigo. É só um aviso pra mim mesma, mesmo! Aprende a usar esse dom divino ou (diabólico) que alguma entidade te fez o favor de dar, e FALA, caralho! Porque eu tô exercitando o dom da paciência, ou seria apenas o dom de estar cega por um sentimento idiota que quase NUNCA é valorizado pelas pessoas vazias que insistem em entrar na minha vida. Nem sei pra que entrei nessa, viu! Devemos ter perdido o foco, ou eu que devo estar mesmo insistindo em algo que não foi "maktub". Dane-se! Mas não venha danar a mim!