domingo, 27 de março de 2011

Amar é verbo intransitivo?


-Se eu te dissesse que te amo, o que você diria?
-Eu te diria que eu te amo no pretérito perfeito.
-Você me amava?
-Não. Eu amei. 
-Aah... então não ama mais?
-Eu te amo. Num passado não tão distante, que eu não quero mais que faça parte do presente, mas não me incomodo que faça parte do futuro.
-Por que agora não podemos mais?
-Porque estou cansada. Eu quero um amor jovem... 
-O amor não envelhece...
-Mas ele cansa. Cansa de ser interrompido, traído, abandonado, ferido. Todos esses particípios aí.
-Eu vou esperar esse amor no tempo futuro.
-Espere mesmo. Por que eu sei que eu vou te amar lá. Mas é que agora preciso... precisamos de descanso.
-Você bem sabe que amar precisa de complemento...
-Você sabe que há tempos deixou de adjetivar minha vida com coisas boas...
-E o tempo?
-O tempo passa. O tempo constrói, e o tempo destrói. Mas ele também reconstrói. Deixemos que o tempo passe agora. Se for amor mesmo, nós não resistiremos até lá.
-Até lá... eu posso ter morrido, sabia?
-Eu também.
-Mas o amor vai continuar vivo... por que ele não é intransitivo como você pensa. O amor vai pra todos os lados, e precisa de todos os complementos possíveis e imagináveis.
-Errado. O amor precisa de apenas um complemento. E esse seria você.
-Eu já disse que...
-Te beijar é verbo intransitivo?
...















 

quinta-feira, 24 de março de 2011

E um reencontro...

Era uma salão de festas, enorme. Estava cheio de gente, era um evento um tanto quanto especial para ela. Mas não sabia que naquela noite, em que prestigiavam-na por seu sucesso profissional, encontraria-se mais uma vez com seu destino, quem sabe desta vez, para decidi-lo de uma vez. Conversava com várias pessoas, música ao fundo, entre drinks e casais valsando, os olhares se encontraram mais uma vez. E ela não pôde conter as lágrimas. Olharam-se como na primeira vez. Demoradamente, um olhar fixo, que denunciava amor e sofrer, quase que hipnotizador. Ela não pôde suportar a dor do reencontro. Sumiu em meio à multidão.
No quarto, ela pensava e pensava, entremeios chorava. A mulher entrara sem ela perceber.

-Quanto tempo demorou pra isso acontecer... ela olhou a outra, com pesar. Ainda sem palavras, a mulher mais velha, apenas a olhava fixada, os olhos brilhavam, entre uma lágrima tímida que deixava escorrer pelo rosto.

-Quantos anos e nós aqui estamos, como na primeira vez.
A mulher suspirou.
-Nada é como na primeira vez, amor.
-Mas pra mim, é. Você não mudou muito.
-Mas você mudou tanto!
-É só a casca. O que eu sinto aqui dentro, ainda é a mesma coisa que sentia há seis anos, quando te conheci.
-Eu não sei o que dizer...
-Isso não precisa de explicação.

As duas sabiam exatamente o que era para fazer. Os olhos que denunciavam uma cumplicidade instantânea, foram se aproximando lentamente e ao mesmo tempo os lábios se uniram de uma forma quase gêmea num apaixonado beijo. Beijou-a com dor e amor. Abraçaram-se e se pediram desculpas por tanto tempo. Nada mais ali importava para as duas. Era tudo tão mágico, e nesse momento, o próprio universo conspirou a favor. O amor falou mais alto e elas finalmente sanaram o desejo que tinham uma pela outra. Há seis anos... 


quarta-feira, 2 de março de 2011

Um erro por um acerto ♪

Eu vejo a hora, meu tempo ficar pra trás
E com as chances que já deixei passar
Minha esperança não queria enfrentar
Pois tinha medo do que podia surgir
Foi sem querer, foi por me deixar levar
Nem mesmo eu tentava acreditar
Mas então me fez querer olhar
As marcas refletiam o meu futuro

Não quis parar,
Um erro eu quis, pra acertar
Eu escolhi pensar, pensar por mim
Não por você.
Posso dizer te adoro como é
É como eu, nada é pra depois
A minha pressa é o meu defeito
A vida é curta, não tenho tempo

Nunca vai entender
Eu tentei explicar
Você não me ouviu chorar
E nem quis me escutar
Sei o que você quis dizer
Mas não pode ser assim
Se eu pareço com você
Então deve ser porque

Pensar por mim..
Não por você
Composição: Pris Elias (Banda Mixtape)