domingo, 30 de janeiro de 2011

A cobiçada


Ela era a moça que todos e todas queriam. Mas quem ela queria ainda não tinha chegado ou passara diante de seus olhos e ela não notou. E quem a queria, ela não dava a ínfima atenção. As festas se tornavam extremamente monótonas por que suas danças sempre acarretavam em sexo casual, e disso ela já estava cansada. As saídas com os amigos não eram nada mais do que desculpas para se embriagar, pois sofria de uma solidão acompanhada. Mas como dizer solidão, se ao seu redor mais da metade dos homens e mulheres a cercavam por seu beijo, seu calor, seu sexo, por apenas uma noite ou simplesmente alguns minutos? Exatamente ali estava a resposta. Ela era a garota de muitos amores, mas sem amor nenhum. Não importava que amigos, conhecidos, colegas, desconhecidos, curiosos a desejassem com tanto fervor, por que, o que ela queria era alguém desinteressado, alguém que não a conhecesse o suficiente para se apaixonar por ela. Talvez, fazê-la parar de se sentir uma guloseima que todos querem degustar. Alguém que a fizesse se sentir a mulher, e não mais a mulher de uma noite só. E ela pensa, e pensa: até quando terá de namorar as estrelas, quando seu coração pertence à lua?
O amor que não conhece é o que sempre esteve consigo. Para um dia, enfim, despertar e lhe fazer feliz.  

Nenhum comentário: