terça-feira, 26 de abril de 2011

Alma de poeta.


Paro e escrevo aqui. Às vezes, a poesia some. Inconstância ao extremo. Temor, medo, dúvida, receio, ânsia, vergonha, talvez. Ficar cega de paixão, sofrer de solidão, amar a si próprio. Como é difícil ser gente. Por isso que prefiro ser apenas poeta, pelo menos assim tem um jeito de depurar o negativo dessa condição de ser humano. Penso e penso. Como lidar? Como lidar comigo e minhas pretensões, com os corações alheios apaixonados, com a falta de concentração, com o descontrole de um batimento cardíaco acelerado causado por um amor repentino? Como sair do platonismo, e trazer para a realidade? Tantas perguntas, todas sem resposta. E não sei onde procurar mais. Atinge-me como a uma flecha bem no meio do átrio esquerdo, dói e me faz feliz tanto quanto parar e observar a estrelas, o céu e a bela criação dos deuses. Esse era um costume infantil meu. Aprende tanta coisa na escola, por que lá também não ensinam como controlar certos sentimentos e sensações que aparecem quando a gente deixa de ser criança? É, como é difícil ser gente, e por isso que prefiro ser apenas poeta. Por que poeta não vive, ele sobrevive, morre, ressuscita e ainda é feliz no sofrimento. Do sofrimento é que saem os mais belos versos capazes de atingir a alma de um alguém preterido. Querid(a), eu só escrevo para ver se tu lês, e se tu lês, saiba que esses (não) versos são dedicados a ti. Se não posso ser tua, então que meus versos sejam teus, e que me sinta através deles. É assim que eu sei te amar. 

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