E agora, o que somos? Agora nós somos uma lembrança que você quer reviver e eu quero esquecer.
Nós fomos um sorriso bobo, desinteressado, aberto . Pelo menos era assim na minha cabeça. Nós fomos um olhar fascinado, correspondente, apaixonado. E nem sempre eu me doei. Nós fomos um complemento, partes de um intrincado quebra-cabeça, segredo do cofre. Éramos tão diferentes e tão iguais e nada e nem ninguém tinha direito de falar nada do nosso amor. Mas perdeu-se. Perdemo-nos uma da outra, ou você quis se perder e por um longo tempo eu não aceitei ter te perdido. Algo mais forte do que o que eu tinha para te oferecer, levou-te de mim e eu fiquei sem chão. E quando você percebeu que a jóia rara que o universo tinha te dado nas mãos foi parar nas mãos de outra criatura, e agora brilha muito mais do que quando pertencia à você, você quis recuperar. Eu te disse que ninguém manda no sentimento, mas mandamos nas escolhas que fazemos sobre o sentimento, e por mais que isso possa ser racional, penso se vale a pena viver toda a vida numa fantasia apaixonada, de utopia de amores perfeitos, romantismo e loucuras de amor, quando nem sempre o amado quer o mesmo que o amante. Sim. Racionalizei o sentimento! E sei que preço pagarei por isso. Mas sei também que meu futuro agradecerá por ter aberto mão de algo que só atrasava minha felicidade. E agora, sem você, me sinto mais eu, mais livre e vivendo à sombra da minha própria luz que brilha intensamente.
Por enquanto, essa liberdade de você é o que me faz bem. Seja feliz também! E apesar de que hoje não somos mais, peço que nunca se esqueça de que um dia fomos.
A lembrança serena de uma dor passada traz um prazer.
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