sábado, 12 de fevereiro de 2011

A Ousadia


Uma mesa, cigarros e álcool e sete amigos com sede uns dos outros. Agravantes perfeitos para uma noite de muita sacanagem. Mas não havia nada mais naquela noite que interessasse além da companhia dela. A pele alva, os olhos castanhos como a negra noite, seus cabelos lisos, sedosos e o mistério. Era o conjunto que lhe chamava atenção, mas aquela incapacidade de se entregar era algo que mexia com as mais loucas fantasias de alguém. Dava-se início a um jogo constrangedor entre os demais ali presentes. Quatro homens e três mulheres e um desejo no ar pela quebra de preconceitos sexuais. O que os esperava? A mais pura expressão da sacanagem em todas as formas da sexualidade. E tudo estava no olhar. E o olhar denunciava desejos secretos. Desejos estes que independiam de sexos. E assim todos se entregaram. Era apenas uma brincadeira que denunciava as verdadeiras intenções de todos. E nesse jogo excitante, algo foi despertando a ousadia. De beijo em beijo descobriu-se o calor da pele, do meio das pernas, daquele turbilhão que subia pelo corpo a cada carícia. O desejo incendiava cada vez mais, e a vontade de saborear aquele corpo ali na frente de todos ia ficando cada vez mais forte, que quase não dava para controlar. Mas ela não era o único alvo dos ilimites sexuais deles. Na verdade, as  duas eram. Para cada desafio, a verdadeira face sexual de cada um ia se mostrando. Não havia mais limites para eles. Tampouco para devorarem-se ali na frente de todos. Perderam-se os pudores. Enquanto suas mãos deslizavam e apertavam a perna da outra, bocas  se  encontravam delicadas e furiosas, a língua passeava pela orelha e mãos que procuravam calmamente os seios. Suspiros sutis ao pé do ouvido a satisfaziam aos poucos. A pressão para que se quebrasse qualquer resquício de pudor não parava. As intenções de uma eram as piores possíveis, e as da outra, não se sabia ao certo. Faltava pouco para o sexo. O sexo diante de olhos alheios.  A menina que outrora se guardara em pudores pueris, agora explodia em desejo por sexo explícito. Música, olhares, cochichos, toques, insinuações, tudo excitava. Nada mais as impedia para o quer que fosse. Mas o tempo era o inimigo. Guardou-se a malícia de cada um vez para  quem sabe, uma próxima vez. Os amigos foram embora, mas algo tinha valido a pena. As mãos  sedentas já tinham explorado um tanto que suficiente daquele corpo, e o desejo calado tinha se satisfeito nas entrelinhas de seu sexo tímido, quase que infante. 
    

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